Intervenções Temporárias no Rio de Janeiro

Arquiteturas (In)úteis: Intervenção temporária, geração e fabricação digital

12 de maio de 2017

No dia 10 de maio de 2017 realizamos a apresentação final do primeiro módulo da disciplina eletiva “Arquiteturas (in)Úteis: Intervenção Temporária, Geração e Fabricação Digital”, criada a partir de uma parceria entre a FAU/UFRJ e a Faculdade de Arquitetura da Universidade de Lisboa, com apoio do Parque Tecnológico da UFRJ. A disciplina, ministrada por professores dos laboratórios de Intervenções Temporárias e Urbanismo Tático (LabIT, com a participação de Adriana Sansão) e de Modelos e Fabricação Digital (LAMO, com a participação de Andrés Passaro e Gonçalo Castro Henriques) visa como produto final a elaboração de uma estrutura temporária no Parque Tecnológico a ser construída pelos próprios alunos. De caráter multidisciplinar, a disciplina contou com a participação de estudantes da graduação e pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo, Belas Artes e Engenharias.
As aulas iniciaram-se no mês de março com apresentações teóricas sobre os temas a serem abordados: intervenções temporárias (LabIT) e superfícies regradas (LAMO). Após este primeiro contato com os conteúdos, os estudantes e professores realizaram uma visita ao sítio de atuação, sendo guiados por membros do Parque Tecnológico, localizado na Cidade Universitária. O sítio apresenta-se como um terreno extenso, sem vegetação, sombreamento, elementos sentáveis ou locais de permanência. Por ser um local pouco frequentado, o projeto deverá servir de ponto de encontro e referência para os usuários que trabalham nas imediações, bem como para estudantes da UFRJ e visitantes.

Para melhor compreensão do contexto, os alunos dividiram-se em grupos e elaboraram vídeos de síntese que abordaram cinco aspectos: histórico do local, contexto / paisagem, fluxos / conexões, espaços livres e edifícios / tipologias.
Nas aulas seguintes, a teoria e análises se uniram à prática projetual, sendo ministradas aulas sobre os programas Rhino e Grasshopper, focando na geração de formas a partir de superfícies regradas. Cada grupo de estudantes, de forma simultânea à exposição das definições, trabalhou na criação de sua própria intervenção para o sítio proposto. No decorrer das semanas os exercícios foram sendo aprimorados e se tornaram mais detalhados, com elaboração de modelagens 3D junto com maquetes físicas, detalhamento de encaixes e quantitativo de materiais, havendo constante consulta aos professores e trocas entre os grupos.
A banca final consistiu na apresentação de cinco soluções projetuais aos professores da disciplina bem como aos representantes do Parque Tecnológico, seguida de comentários e críticas dos projetos.

Segue abaixo o resumo das propostas apresentadas:

Grupo 1 – Ana Moreno, Fernanda Lobianco, Gabrielle Rocha, Isadora Tebaldi e Ronaldo Lee

O grupo propôs um espaço de permanência para os funcionários do Parque Tecnológico, utilizando o espaço livre tão abundante e subutilizado do local.

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Como resposta às características específicas do espaço, a estrutura ocupa uma localização convidativa, o ponto do terreno mais próximo à entrada do Parque. A forma escolhida foi a de um prisma de base quadrada rotacionado que, quando duplicado, cria uma espécie de abrigo onde é instalada uma arquibancada, gerando um espaço de convívio e contemplação para os usuários.

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Grupo 2 – Arthur Camargo, Aurélio Marques, Isabela Correia, Maria Rúbia e Pedro Maia.

O grupo apresentou uma proposta de módulos flexíveis que permitem interação por parte do usuário. Os módulos criam situações espaciais distintas de forma a suprir as necessidades dos usuários, tais como sentar, deitar, relaxar, comer, conversar, participar de uma reunião, obter maior privacidade etc, oferecendo um mobiliário aberto a apropriações de cada atividade.

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Para incentivar as pesquisas realizadas por estudantes da UFRJ, os integrantes do grupo escolheram um projeto realizado por um ex-aluno do Enactus UFRJ, Bruno Rezende, que criou um método de execução de coberturas vegetais baratas e duráveis, reutilizando materiais descartados, como banners e papéis. Dessa forma o projeto se envolve com a universidade e promove uma maior interação do Parque com o restante do Campus.

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Grupo 4 – Anna Carolina La Marca, Letícia Bonatto, Luis Gustavo Araújo e Maria Eloisa de Jesus

O grupo foca na geração e fabricação de um estrutura com o intuito de ocupar vazios e ativar novos usos. Partindo da criação de coberturas e bancos, a proposta busca criar espaços de permanência, locais de sombra, encontro, descanso, trocas, sendo uma instalação que pode ser replicada conforme a demanda dos usuários e empresas.

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Grupo 5 – Erika Toledo, Gabriela Wolguemuth, Igor Machado, João Panaggio, Marina Amaral e Raffaela Chinelli

A partir de módulos de diferentes formas, os estudantes propuseram uma estrutura flexível, de rápida adequação a diferentes situações, que pudesse ser amigável ao comércio, além de servir como espaço de leitura e descanso. Para se adequar a cada uma dessas necessidades, os módulos podem se mover segundo os desejos do usuário devido a trilhos instalados no gramado, democratizando o espaço e criando diversas possibilidades de apropriação.

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Grupo 6 – Gabriela Medeiros, Laís Kaori, Letícia Martins, Paula Iglesias e Pedro Magalhães

O grupo baseou sua proposta em um estudo detalhado dos fluxos de pessoas no terreno, propondo um espaço de convívio que pudesse se adequar aos caminhos pré-existentes. Os principais objetivos do projeto são ativar a apropriação espontânea, criar dinamismo, flexibilidade, sensação de pertencimento e interação entre pessoas.

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Para isso são criados 15 módulos que podem ser reorganizados segundo a necessidade do usuário. Cordas no ponto mais alto da estrutura fazem sua fixação no chão e ajudam a compor a forma, possibilitando o plantio de vegetação em sua cobertura.

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O segundo módulo da disciplina se dedicará à fabricação da proposta escolhida em escala real, e será realizado na forma de um workshop intensivo para revisão do projeto, detalhamento, fabricação digital e montagem da estrutura no local.

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