1° DIA DA GUERRILHA URBANA: MULHER CONSTRUINDO CIDADE

O “1o Dia da Guerrilheira Urbana: mulher construindo cidade” aconteceu no dia 31 de agosto de 2019, um sábado ensolarado e cheio de subversões no centro do Rio de Janeiro. A aluna de arquitetura e urbanismo da FAU-UFRJ Cândida Zigoni, sob a orientação da professora Adriana Sansão, está desenvolvendo um caminho metodológico para análise urbana e ações projetuais segundo a perspectiva de gênero. A intervenção contou com o apoio das bolsistas do LabIT, assim como das #mulherescolaboradoras que se sensibilizaram e foram a campo para empoderar caminhos.

A guerrilha foi uma ação minimamente dirigida, onde cada mulher recebeu um dispositivo dotado de ferramentas em potencial para intervenções na cidade, uma bolsa; instrumento esse tão comum ao corpo da mulher. Alguns exemplos de como usar o material foram dados antes do trajeto da ação ser iniciado, mas as apropriações e a criatividade no uso das ferramentas foram livres.

As ferramentas escolhidas fazem parte de uma fase anterior da pesquisa, onde, também, por meio de um processo colaborativo, a aluna Cândida mapeou e analisou denúncias de mulheres durante os seus trajetos diários, atividade essa que foi chamada de #registroscotidianos. A análise gerou insumos para a categorização qualitativa da cidade segundo a perspectiva de gênero, sendo essas fundamentais na escolha dos materiais para compor o dispositivo de intervenção.

A proposta da ação de guerrilha é subverter a lógica hegemônica e naturalizada de viver a cidade e revelar o lugar de guerrilheira urbana a todas as mulheres que resistem em um espaço que não lhes é dado.

Aqui se busca um caminho que possibilite experimentações e que compreenda as potências das vivências das mulheres na cidade. A base do trabalho é o processo participativo, onde a interseccionalidade se compromete em apreender todas as formas de opressão às mulheres. Dessa maneira, a colaboração de mulheres voluntárias teve como intenção garantir que o espectro do observador seja ampliado e ainda mais profundo. (RIBEIRO, 2019, p 42)

O evento contou com 21 participantes, dentre eles uma mãe e um pai que decidiram colaborar também. O trajeto da ação teve início na Rua General Caldwell e terminou próximo ao Campo de Santana, centro do Rio de Janeiro, um caminho que após mapeamentos e análises se revelou como uma oportunidade de intervenção e empoderamento, uma vez que recebe muitos caminhares de mulheres em direção aos diversos equipamentos no entorno, mas ainda
se mostra um espaço inseguro, de guerrilheiras urbanas.

Para acompanhar a pesquisa: @sororidadeurbana

Agradecimentos: Aline Ourique, Ariane Beltrão, Brendha Leandro, Marta Leandro, Calorina dos
Reis, Carolina Tavares, Dhoyene Assumpção, Gabriela Muniz, Giovanna Scalfone, Jéssica
Clarisse, Jessica Galves, Julia Valente, Laís Proença, Alexandre Proença, Larissa Martins, Letícia
Queiroz, Letícia Ramos, Luisa Serran, Pamella Camargo, Tayná Santiago, Vitória Cabral.

Cobertura áudio visual: Fellipe do Ó e Keila Áurea.

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