Intervenções – O doméstico no espaço público: a casa é a cidade – nova edição
De 28/06 a 07/07, participamos novamente na pós- graduação em Design de Interiores do IED Rio, orientando o módulo: Intervenções – O doméstico no espaço público: a casa é a cidade.
Adriana Sansão abriu o curso com a palestra: O doméstico no espaço público. Na aula seguinte, Joy Till abordou o tema: Espaços físicos + virtuais, enquanto Bitiz Aflalo trouxe sua experiência profissional e acadêmica ao discutir o design de elementos urbanos em: Projetando ambientes no espaço da cidade.
Como nas edições anteriores, convidamos os alunos a conceituar ações voltadas à valorização dos espaços vizinhos, no bairro da Urca. Quatro interessantes propostas foram desenvolvidas, um pouco delas a seguir 🙂
O primeiro grupo trabalhou com a fachada oposta do IED, batizaram de Não abandone sua história. Fizeram entrevistas com os frequentadores do espaço e propuseram uma intervenção temporária composta por um grande tapete vermelho, com sensores por baixo que disparam neons subindo a fachada, em torno de detalhes arquitetônicos, de acordo com a passada do pedestre. Desta maneira, provocando as pessoas a atravessarem a rua e observarem a riqueza da fachada. Sugeriram que esta ideia poderia ser aplicada em outros imóveis históricos da cidade.
Já o segundo, propôs a Dots: um ponto, um poema, na área do ponto da van. A preocupação em tornar um espaço convidativo e acessível levou as participantes do grupo a pensar no Instituto Benjamin Constant, instituição vizinha que atende aos cegos e pessoas com visibilidade prejudicada. Pensaram em criar ali uma área de exposição com piso acessível e painéis em braile e em português.
O texto escrito é pintado com uma tinta com muito pouco contraste que permite ver de dia, mas não à noite, enquanto o em braile é tateável nas protuberâncias das lâmpadas de led, instaladas em orifícios nos painéis de compensado. E, à noite, o escrito em braile é iluminado pelos leds coloridos. Para os não cegos, há um alfabeto onde eles podem aprender a ler o poema.
Complementando a sugestão, o IED participaria oferecendo sua van para trazer os não videntes para conhecer e usufruir de um lugar acessível onde eles fossem os “privilegiados”.
As alunas do terceiro grupo olharam para os pontos de ônibus da Urca, observando que são quase invisíveis, com apenas uma placa pequenina sinalizando. O Novo ponto de ônibus Praia da Urca foi baseado naquele bem próximo ao IED, marcado por duas belas árvores. A ideia foi uma grande cobertura em bambu fininho em todo o espaço entre as duas árvores, para proteção do vento e da chuva.
Além disso, uma superfície também de bambu sobe a mureta desce um pouco e forma um generoso deck sobre a água. Como os ônibus demoram muito, o conforto e proteção seriam muito bem vindos.
Fechando, a quarta equipe apresentou o Ora Bolas na pracinha da rosa dos ventos, próximo ao quadrado com os barcos. A ideia foi dar mais vida ao lugar, uma pracinha simpática, mas pouco utilizada. Observaram que por toda a volta da mureta as pessoas se sentam, namoram, tomam um chopp… mas que ali não. A instalação temporária através da “extrusão” da rosa dos ventos cria um banco em torno, de acrílico ou similar.
No fundo do banco existem bolinhas coloridas – como naquelas piscinas de crianças – com uma rede por cima, para que as bolinhas não se percam. O material da extrusão é composto de uma espuma rígida, para que as pessoas não se machuquem ao se divertir na piscina, e serviriam pra apoio de bebida, ou mesmo para sentar mais alto. Sugeriram uma parceria com um dos bares próximos para servir lá.
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