Urbanismo Tático e o Planejamento Urbano: ações e reações no contexto da cidade contemporânea
Autor: Louise Brunet de Figueiredo Monteiro
Na cidade contemporânea, a criação de espaços públicos informais sugere um modo de fazer cidade que é diferente da noção convencional do planejamento urbano e da formulação de políticas, regida por profissionais. As práticas emergentes informais estimulam a capacidade dos cidadãos de desempenhar um papel distinto na modelagem do ambiente urbano. Neste âmbito, o Urbanismo Tático aponta como uma das práticas mais relevantes, por ser um movimento que possui diversos princípioS do Urbanismo DIY, mas que também tem por premissa instigar mudanças a longo prazo. Por consequência, tem produzido impactos nas instituições públicas de planejamento, uma vez que suas ações estão se tornando uma componente cada vez mais proeminente na produção de espaços urbanos. As instituições de planejamento, então, atuam como reguladores das manifestações informais na cidade, com o poder estatal de validar ou censurar tais ações e seus resultados no espaço público. Este trabalho tem por objetivo investigar como o planejamento urbano reage diante das ações táticas, e como o Urbanismo Tático pode incentivar interações mais inclusivas e eficientes entre os cidadãos e o poder público para solucionar problemas urbanos na escala da cidade. Para tal, procura-se compreender o contexto teórico da informalidade, da apropriação dos espaços públicos e dos movimentos de ativismo urbano, nomeadamente do Urbanismo DIY e do Urbanismo Tático, através da elaboração de uma revisão bibliográfica. Em adição, é desenvolvida uma revisão sobre as ações táticas e as reações no planejamento urbano: no contexto da cidade contemporânea, como um laboratório de experimentos no processo de fazer espaço. As reações são investigadas através da compreensão dos desafios e deficiências do urbanismo tradicional e a exposição dos princípios orientadores desta sinergia, com a apresentação de boas práticas, voltadas para a coprodução e para os bens comuns. A fim de aprofundar a investigação, este trabalho elabora estudos de casos de duas intervenções de Urbanismo Tático de abordagens distintas, bottom-up e top-down, realizadas na cidade do Rio de Janeiro. É feita uma análise individual de cada intervenção tática baseada em três aspectos metodológicos: estrutura e processo, interação com as instituições públicas e impactos na cidade e na comunidade. Assim, desenvolve-se um estudo comparativo entre as duas ações por meio de uma tabela resumo com subtópicos metodológicos. Concluiu-se que, ao incluir o cidadão e o Urbanismo Tático no processo, promove-se um complemento na atuação do planejamento urbano, que valoriza a pequena escala e o temporário como forma de reação à política convencional. São feitas recomendações para a articulação das propostas bottom-up com políticas top-down e a promoção de ações táticas colaborativas sancionadas na prática do planejamento urbano.
PALAVRAS-CHAVE: urbanismo tático, planejamento urbano, informalidade, espaços públicos, coproducão.
Voltar