Daniel Toledo, entre 2003 e 2010, realizou algumas exposições, intervenções e performances com o intuito de problematizar a construção coletiva de imagens e identidades. Ele propôs constantes trocas entre as imagens dos corpos, rostos, roupas, a fim de questionar as ideias, admitidas socialmente como normais, acerca de gênero, corpo e suas relações com o mundo. Em meio a essa série, o artista criou a obra Interditados, formada por Interditados em Paris (2007) e Cabeção Interditado (2009). Cabeção Interditado consiste no envolvimento do enorme busto de Getúlio Vargas com fita plástica amarela usada para interditar passagens. Ao intervir no monumento, o artista causou estranhamento, chamando atenção para um rosto que ali já existia, porém deslocando sua proposta cotidiana. O novo rosto, sem identificação, causa questionamentos sobre a imagem que ali havia. Além disso, busca ser um autorretrato de todos que passam por ele, de modo que possam refletir sobre sua autoimagem, sua identidade e como esta se coloca diante da cidade e das pessoas que a cercam.