O “1º Dia da Guerrilheira Urbana: mulher construindo cidade” foi parte de uma pesquisa acadêmica que propõe análise urbana e ações projetuais segundo a perspectiva de gênero, na qual a atividade serviu como instrumento metodológico em que mulheres colaboradoras puderam apropriar e empoderar espaços públicos. A ação aconteceu em duas ruas no Centro do Rio de Janeiro, que compõem trajeto percorrido por mulheres em direção a equipamentos do entorno, mas que se mostra um espaço inseguro.
Com ferramentas recebidas no início da guerrilha, as voluntárias fizeram intervenções a partir da criatividade e espontaneidade para destacar pontos de insatisfação, como locais inseguros, calçadas estreitas, áreas mal iluminadas e ausência de travessias de pedestres, árvores e áreas de permanência. Entre os materiais usados estão fitas adesivas, tinta spray, lanternas, fios de led, barbante, adesivos, balões, giz e guarda-chuva. Os elementos foram utilizados para criar cartazes que questionavam a segurança do local, travessias de pedestres, murais de desejos e perguntas, abrigo de pontos de ônibus, alargamento de calçadas e delimitação de uma praça.
A ação de guerrilha teve como proposta subverter a lógica hegemônica e naturalizada de viver a cidade e revelar o lugar de guerrilheira urbana a todas as mulheres que resistem em um espaço que não lhes é adequado.